segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

É isso o futebol do Mundo?!

Num momento em que nossos co-irmãos paulistas comemoram um título mundial, com todo direito, e os felicito por isso, ressalto aqui os rumos negativos que tomam a história do futebol.
Alguém já parou para pensar se este match tivesse sido contra o Barcelona do destruidor Messi?
Pois é...
Eu venho acompanhando com certo receio este crescimento da onda corinthiana, desde sua descida para a série B até esta conquista invicta do título mundial de clubes de 2012.
E a que conclusão tenho chegado?
Péssimas, diria eu. E a maior delas: O futebol brasileiro precisa ser retomado com urgência, em seu estilo, em sua criatividade, em sua capacidade de reinvenção e picardia. De outra maneira, tempos ruins nos esperam, pois, uma atividade que requer uma massa de espectadores atentos e fieis para movimentar bilhões de dólares em marketing e vendas, precisa oferecer um serviço à altura da espectativa desta mesma massa. Justamente o que não está acontecendo agora, pois toda a movimentação de massa que percebemos até aqui, partiu de uma rede de informações e ufanismo forçado pelos orgãos de mídia, inflando algo que é falso!
Falso por apresentar um futebol tosco, de resultados, de defesa arraigada e posições e cargos técnicos, de pouca incisividade, menor agressividade tática, parcos recursos, e uma disputa ridícula (aqui o digo como rubro negro interessado aonde isso quer chegar) pela imprensa comprada de quem será a maior torcida do Brasil, do Mundo, o que for.
Com isso só percebo que, transformar o futebol num evento dependente de empresas de marketing, vai gerar receitas, recursos, grana! Que se não for aplicada em projetos criativos para resgatar a qualidade do futebol de antigamente, até incorporando-o às novas técnicas de treinamento físico e tático, e não o contrário, tentar transformar e podar a técnica apurada em detrimento da força, ficaremos escravos deste tipo de espetáculo que precisa, mais da massificação de emoções por parte da mídia desportiva, do que do fato em si, o próprio embate entre os times, por ser um evento de esporte e arte pura, quando os espectadores rumam em busca de informações pelo prazer de ver o futebol que será jogado, pra frente, agressivo, divertido, pacífico... E isto acabará por esgotar, enfim, a vontade desta massa querer acompanhar seus times, pois tudo será previsível, monocórdico, asséptico, como um jogode Playstation entre um adulto e uma criança recém apresentada ao brinquedo...
O que vejo, ao final de tudo isto, é que vimos um embate entre as duas anti escolas e futebol que o mundo gera, a partir dessas premissas que o novo estilo desportivo marketizado do mundo do futebol nos apresenta. Um time europeu que, praticando este anti futebol, em uma partida unica (tentaria outras cem e não conseguiria) bateu o melhor e mais agressivo time da atualidade (o Barcelona) contra um time brasileiro, onde os professores abundam com formulas de jogo antiquadas, que destroem o nosso estilo de jogar, tornando-nos piores do que os criadores desse futebol de resultado. Enfim, num embate entre dois times toscos, vence o que apresentou a melhor tosqueira. 
E a imprensa, sem pensar, apenas no intuito de vender seus matutinos, verspertinos e informações da grande rede de mídia, incensa!
Ninguém para para pensar que o time inglês foi superior em chances criadas e perdidas, que o jogo foi monótono, que o responsável maior pela vitória foi o goleiro campeão, e que o gol do campeão adveio de um erro de defesa tosco, como foi todo o jogo... 
Diria mais. No momento em que os times do Brasil perceberem que este futebol de empresários, de treinadores de empresários, que seguram os jogadores bons para si, ou corrompem desde cedo o estilo de seus apaniguados, jogadores que acabam ficando medianos para jogar um futebol que garanta os empregos de seus professores, mantendo assim os esquemas entre seus empresários e os clubes (que viraram apenas balões de ensaio e incubadeiras, mesmo os maiores clubes), no mesmo dia em que os clubes entenderem que não podem ficar à mercê dessa gente. Entendendo que estes alto salários são uma afronta à inteligencia da torcida, que já começa a ver que tudo não passa de  marketing. E investir em valores próprios, crias da casa, expertise ganha com torneios, campeonatos voltados para o espetáculo verdadeiro que é o futebol bem jogado e divertido que anima a massa e a faz vibrar de verdade. Criando e mantendo soluções para não se perder isso. Surgirão equipes, tão ou bem superiores à esta do Corinthians, que não se contentarão em ganhar seus jogos com resultados pífios de 1 x 0 ou empates de acordo com as tabelas, estas desculpas que estes senhores dão para dizer que seus times são competitivos.
Antigamente, no futebol brasileiro, competitividade era bola na rede! Muitos gols! A razão de ver e amar futebol...
Na próxima coluna tentarei fazer um histórico comparativo para entendermos o porquê dessa situação...